segunda-feira, maio 31, 2010

PRATILOMA UJJAYÍ


Este é um pránáyáma que me foi ensinado pelo meu Prof. Nuno Cabral. É um pránáyáma que gosto particularmente e por isso decidi colocar aqui no blog. Espero que desfrutem.

Prática:

1 - Sente-se numa postura confortável. Pode ser de pernas cruzadas (samanásana, siddhásana, sukhásana), sentado sobre os calcanhares (vajrásana), ou ainda sentado num bloquinho ou almofada que fica entre os pés, em vez de sentar sobre os calcanhares (virásana). O importante é manter o tronco, pescoço e cabeça alinhados sem desconforto ou tensão no corpo.

2 - Os olhos permanecem suavemente fechados e as mãos pousadas sobre as pernas ou joelhos em jñána mudrá (pontas dos dedos polegares e indicadores tocam-se),

3 - Uma vez relaxado e estabilizado o corpo traga a atenção para a respiração.

4 - Observe o ar entrando e saíndo pelas narinas, sem esforço.

5 - Comece a fazer a respiração ujjayí de forma suave. O ar ao entrar e saír pelas narinas produz um som semelhante a um sussurro ou ao som do mar. Esse som é produzido devido a uma contracção suave da glote. O ar ao passar na garganta, como o canal está parcialmente obstruído, produz esse som.


Começa o exercício. Durante todo o exercício a respiração deve ser pausada, uniforme, consciente e sem ficar ofegante. Os passos são os seguintes:

6 - Expire o ar por ambas as narinas.

7 - Inspire por ambas as narinas de forma lenta.

8 - Faça uma breve retenção com os pulmões cheios.

9 - Tape a narina esquerda (pode usar o dedo médio da mão direita, mantendo o jñána mudrá ou fazendo outro gesto como o vishnu mudrá) e expire pela narina direita.

10 - Depois de esvaziar os pulmões volte a inspirar apenas pela narina direita.

11 - No final da inspiração destape a narina esquerda e expire por ambas as narinas.

12 - Inspire por ambas as narinas.

13 - Breve retenção com pulmões cheios.

14 - Tape agora a narina direita e expire pela narina esquerda.

15 - No final da expiração inspire pela mesma narina, a esquerda.

16 - Destape a narina esquerda no final da inspiração e expire por ambas as narinas.

17 - Isto é um ciclo.


O número de ciclos fica ao critério do praticante mas aconselho que faça pelo menos 5 ciclos para sentir o pránáyáma.

Praticantes com mais experiência podem adicionar os bandhas no kumbhaka.

No inicio é bom fazer sem contar tempo. Deixar a respiração fluir, calmamente, procurando fazer uma respiração longa, uniforme e consciente.

Com a prática poderá introduzir um ritmo a seu gosto. Eu pessoalmente gosto de fazer da seguinte forma: inspirar e expirar no mesmo tempo e reter com ar no dobro desse tempo; quando inspiro e expiro por uma narina apenas, normalmente não faço retenção e por isso a inspiração e expiração são mais longas. Por exemplo: inspirar por ambas as narinas durante 10 segundos, reter 20 seg e ao expirar por uma narina fazê-lo durante 15 seg. Depois inspiro por essa narina durante 15 segundos e ao expirar pelas duas narinas volto a fazê-lo por 10 segundos... e continuo nesse ritmo...

Este pránáyáma deixa-me bastante centrado, focado e tranquilo. É optimo para fazer antes de uma meditação.


Boas práticas

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quarta-feira, maio 19, 2010

MEDITAÇÃO SOBRE VALORES

Por Swami Paramarthananda


Meditação sobre o Ódio - Parte 1

Quando qualquer pessoa ou objecto cria descontentamento na nossa mente, a primeira reacção é de irritação ou de raiva e essa irritação ou raiva é convertida em ódio. A raiva ou a irritação pode ser momentânea, mas o ódio fica permanentemente na mente. Mesmo passados vários anos, o próprio nome da pessoa traz o ódio à mente e esse ódio perturba a mente.

Uma mente cheia de ódio nunca poderá ser relaxada ou pacífica. Ódio corrói a mente como o ácido. Quando odiamos os outros o nosso próprio coração queima. A nossa própria mente é ferida. Desta forma, o ódio é um castigo a nós mesmos por um erro de outra pessoa.

Quando desenvolvemos ódio contra diferentes pessoas, diferentes objectos e diferentes situações, a nossa mente torna-se completamente desequilibrada. Ela nunca pode desfrutar de saúde normal. Ela torna-se numa mente doente. Com esta mente doente, ao escutarmos Vedánta, o conhecimento nunca fica registado na mente. Mesmo que o conhecimento se registe em tal mente, torna-se puramente académico. Ele não nos beneficia.

Portanto, como buscadores, devemos olhar para o ódio como um problema crónico muito sério. A menos que o tratemos especialmente por um período considerável de tempo, o ódio nunca se afastará. Uma abordagem casual nunca poderá funcionar. Assim, eliminar o ódio deve ser um projecto importante na nossa vida. Dia após dia, devemos lembrar-nos disso e estar sempre alerta.

O ódio vem porque eu não sou capaz de suportar/enfrentar este prazer ou desconforto. É sinal de uma mente fraca. Uma mente fraca fica irritada com as pessoas e coisas e uma mente fraca rapidamente desenvolve ódio. Portanto, a única forma é fortalecer a mente. Minha mente deve ser forte o suficiente para lidar com qualquer crítica ou mau comportamento dos outros, sem desenvolver irritação ou ódio.

Eu posso tratar pessoas diferentes de forma diferente. Mas não desenvolvo ódio de forma alguma. Sempre que há uma ferida no corpo, posso dar um tratamento doloroso, mas eu não odeio o meu corpo. Da mesma forma, eu posso ter que tratar as pessoas com severidade, eu posso ter de lidar com as pessoas de forma diferente. Mas certifico-me de que não desenvolvo ódio para com elas. Estou interessado no seu bem-estar. Desejo-lhes bem. Peço a Deus para o seu crescimento e maturidade. Isso só é possível se a minha mente é muito forte e eu posso fortalecer a minha mente com a oração e auto-sugestão.

Peço ao Senhor para me dar uma mente forte e depois de cada oração eu sinto que sou forte. Digo a mim mesmo que eu sou forte. Pela graça de Deus, estou mentalmente forte. Eu não odeio ninguém neste mundo. Eu não quero odiar nem mesmo o pior inimigo cujo negócio só está a prejudicar-me. Eu simpatizo com a sua imaturidade. Eu rezo para o seu crescimento. Apesar de eu sofrer por causa dele, eu não quero odiá-lo. Posso não ser capaz de amá-lo. Isso exige mais força, mas primeiro desisto do ódio.

Eu não odeio ninguém. Eu não odeio ninguém.

Eu estou calmo, estou relaxado, estou relaxado…

ŚĀNTOHAM
ŚĀNTOHAM
ŚĀNTOHAM
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Meditação sobre o Ódio - Parte 2

Voltamos a ter o ódio ou dvesa, agora de forma mais elaborada. Devido a dvesa, a nossa mente está sempre perturbada e jamais poderá desfrutar da paz de espírito. A nossa busca espiritual é bloqueada por este dvesa. Uma mente cheia de dvesa nunca poderá ganhar o conhecimento: "Eu sou o todo, eu sou Brahman". Se ganharmos este conhecimento, não rejeitaremos ninguém neste mundo. Se tivermos de ser Purnam, não podemos rejeitar nenhuma coisa neste mundo. Nós temos que aceitar tudo, acomodar tudo. Nós não podemos odiar qualquer coisa neste mundo. Na Gita, o Senhor diz: "Adveshtá sarvabhútánám".

Se eu tenho que me livrar desta fraqueza, tenho que primeiro descobrir que é o maior obstáculo para a minha evolução espiritual. O ódio contra qualquer pessoa é injustificável, ilegítimo e prejudicial. Muitas vezes eu tento justificar o ódio. Eu descrevo o comportamento ou acções da pessoa que eu odeio e quero portanto concluir que odeio essa pessoa. Eu quero encontrar condições para o ódio. Eu ainda sinto que estou certo em odiar essa pessoa. Mas lembro, as escrituras nunca concordaram com esta opinião. Não existe ódio justificado. Ódio em quaisquer circunstâncias não é saudável e é um obstáculo para a libertação (moksha).

As pessoas podem comportar-se de uma maneira perversa, a sua linguagem pode ser bruta, suas acções podem prejudicar os outros e, muitas vezes, eu posso ser a vítima. As escrituras não dizem que eu devo aceitar a situação cegamente. Eu posso tentar fazer o meu melhor para que a pessoa melhore e se arrependa. Eu posso mudar a situação. Posso usar a reconciliação (Shama), concessão (Dana), enfraquecimento (Bheda), ou por último, castigo (Danda). O que quer que eu faça, eu não deveria odiar a outra pessoa. No fundo do meu coração eu desejo o bem para a pessoa. Eu não amaldiçoo a pessoa.

Quando tenho uma ferida num dos meus membros sinto dor. Eu trato a ferida. Por vezes o tratamento é doloroso, mas no fundo do meu coração eu não odeio esse membro porque ele é uma parte de mim. Eu dou o tratamento apenas por amor. Da mesma forma, cada ser humano é como um dos meus membros. Alguns membros são saudáveis e alguns não. Mas todos eles me pertencem.

Eu não odeio ninguém. Isto não é uma coisa fácil, mas é uma obrigação para todos os buscadores. Sem abandonar o ódio, todo o estudo das escrituras não terá nenhum valor. Eu posso ser um estudioso. Posso citar as escrituras. Eu posso ensinar o mundo inteiro, mas serei um Samsari enquanto não abandonar o ódio. As escrituras não dão nenhuma escolha nisto. O ódio só pode ser abandonado quando a mente é forte.

A mente fraca odeia, uma mente forte aceita. A mente fraca rejeita, uma mente forte acomoda.

Então eu peço ao Senhor que me dê força para acomodar todos sem odiar ninguém. Mesmo que amar seja difícil pelo menos eu posso parar de odiar os demais.

Eu não odeio ninguém. Eu aceito todos, apesar das suas fraquezas. Eu não odeio ninguém.

Eu aceito todos, eu aceito todos, eu aceito todos.

ŚĀNTOHAM
ŚĀNTOHAM
ŚĀNTOHAM
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Estas meditações são da autoria do Swami Paramarthananda. Foram retiradas do site yogamalika.org e traduzidas para o português por Simão Monteiro
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terça-feira, maio 11, 2010

MEDITAÇÃO DE EXPANSÃO

Aos olhos do universo que importância temos? Que relevância têm os nossos problemas? Os nossos feitos? Expando a mente... esquecendo-me por momentos da minha individualidade para poder apreciar a totalidade...



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segunda-feira, maio 10, 2010

HORÁRIOS E ESPAÇOS DE YOGA


Aulas regulares de Hatha Yoga Tradicional:

YOGASHALA

Rua Serpa Pinto, nº4 - 1º, Almada (em frente à Casa da Cerca)

3ª e 5ª - 19:00 às 20:30

Sábado - 10:00 às 11:30

http://www.omyogashala.blogspot.com/


BRAHMÍ oriental wellness

Av. dos plátanos, nº51, loja C, Jardins da Parede (por cima da Caixa Geral de Depósitos)

2ª e 4ª - 19:00 às 20:00

20:00 às 21:00

3ª e 5ª - 9:00 às 10:00

6ª - 19:00 às 20:00

6ª às 20:00 - Prática de meditação segundo a Tradição Vedica

http://www.brahmi.pt/


ESPAÇO PURANA

Av. António Augusto de Aguiar,nº. 118, c/v, Lisboa (em frente ao El Corte Inglés)

4ª e 6ª - 13:00 às 14:30

http://www.yogaespacopurana.com/


ESPAÇO CEY

Rua Trindade Coelho, 191, Parede

- 11:30 às 13:00

www.yogacey.com


AULAS PARTICULARES

Dia e hora a marcar..

Recomendações para a prática

Se possível tome banho antes da prática.

Evite comer 2 a 3 horas antes de praticar.

Não beba água durante a prática. Pode beber 30 minutos antes ou depois.

Apreciamos a pontualidade, chegar tarde prejudica a sua prática e a dos demais praticantes.

Chegue 10 minutos antes para ter tempo de se equipar e entrar tranquilo na sala.

Pedimos que não interrompam a aula 5 minutos mais tarde do seu começo. Ao entrar permaneça atrás dos demais praticantes.

Uma vez finalizada a aula, só é aconselhável beber, comer e tomar banho passados 30 minutos.

Utilize roupa confortável que não prenda os movimentos. Traga uma toalha por questões de higiene.

Desligue o seu telemóvel antes de entrar num Espaço de Yoga .


Para marcar uma aula experimental ou para mais informações contactar:

Simão Monteiro
Tel -
965 515 470 // e-mail:
simaoyoga@gmail.com


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